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Qual a melhor escola para o meu filho?

Quando os filhos chegam à idade escolar, é normal os pais se depararem com um grande questionamento: qual a melhor escola para o meu filho?

Essa dúvida sempre paira no ar, sempre angustia pais e mães ávidos por fazerem a melhor escolha, claro. Mas tomar a decisão é difícil e eles se veem cheios de receios e inseguranças na hora de dar esse passo.

Por isso, o blog Villas Boas conversou com especialistas da área e com mães que passaram por esse dilema e eles trazem, agora, algumas dicas para você também se sentir segura/seguro ao dar esse passo tão importante.

Para Rafael Bastos Costa de Oliveira, da Faculdade de Educação da Uerj, há vários aspectos que precisam ser observados: “O primeiro critério para escolher uma instituição escolar diz respeito às próprias referências de qualidade que perpassam pelas condições estruturais, o espaço físico, a segurança, o corpo docente, se há um corpo docente completo e aí isso implica muito diretamente o tipo de instituição, se a escola é pública ou privada, uma vez que as realidades são distintas, e se essa escola valoriza o professor. Uma segunda questão também muito fundamental diz respeito à viabilidade da manutenção da permanência do estudante na instituição escolar, ou seja, se o local é próximo à moradia, ou ao trabalho, ou é viável para quem vai levar e buscar a criança na escola. Esses são pontos fundamentais. Outra coisa é avaliar a questão financeira. Você pode se encantar com uma escola, mas ela não pode, obviamente, comprometer muito o seu orçamento porque se não vai ser inviável manter a criança nessa instituição”, afirma Rafael.

Miriam Abduche Kaiuca, professora e ex- diretora do CAP-UFRJ, faz os mesmos apontamentos que o colega, mas salienta um ponto importantíssimo: “Não adianta se render à propaganda, ao marketing da escola que mostra a estrutura lindíssima da instituição e fala as mil maravilhas da tecnologia de ponta que lá possa ter. O fundamental é avaliar se você se identifica com a proposta dessa escola. Qual a proposta pedagógica, quais os valores sociais e culturais que lá existem? Isso tudo está em consonância com o que eu busco e acredito, com o que eu quero para o meu filho vivenciar, experimentar, aprender? A partir desses questionamentos, você vai ter mais clareza e confiança na hora de escolher”, avalia Miriam.

Um ponto em comum destacado pelos dois diz respeito a algo que eu geral não passa pela cabeça dos pais e responsáveis que estão nessa busca para a escola ideal para seus filhos, mas que, segundo eles, pode e deve ser, também, um critério de avaliação: saber, perguntar, questionar se essa escola investe no professor, valoriza a educação continuada de seu corpo docente. “Muitas vezes, isso é algo que não passa pela cabeça de ser perguntado ou até passa, mas a pessoa fica com vergonha ou pudor de perguntar. Mas é seu direito saber como a instituição lida com seus professores, se investe, respeita, valoriza. Ao visitar uma escola, não fique só no visual. Não veja só a estrutura física e tecnológica. Marque uma reunião para conversar e faça uma listinha com os itens que quer perguntar. Nesses itens, um dos mais importantes a saber é esse: como essa escola lida com o seu corpo docente? Ela valoriza a qualificação dos seus professores, investe na educação continuada, os professores da casa têm mestrado, doutorado, são oferecidas oportunidades para fazer cursos de reciclagem, por exemplo? Isso diz respeito a você e a seu filho, sim, com certeza! Escolas boas, atraentes não são as bonitinhas e altamente tecnológicas, não. Isso é importante, mas precisa ter por trás professores, profissionais valorizados, respeitados, qualificados, motivados e bem remunerados, apaixonados pelo que fazem. É esse o pulo do gato!”, garante Miriam.

Experiências vividas

Para a advogada Lia Viseu, o processo de escolha da melhor escola para o filho foi sempre baseado no afetivo e em valores que coadunassem com o que a família acredita: “Otto agora está com 10 anos e estamos, novamente, nessa fase de mudança de escola. Na primeira vez, o que eu considerei muito foi a proximidade de casa para facilitar a logística e uma proposta pedagógica que tivesse valores que combinassem com o que eu acredito para a minha vida, para a vida do meu filho como cidadão. Nesse sentido, de cara, as mais tradicionais e religiosas já foram descartadas. Minha busca foi olhando, avaliando as que são mais construtivistas, que buscassem o fortalecimento da autonomia do meu filho. Queria também uma escola que fosse pequena fisicamente, que fosse mais acolhedora, que tivesse uma relação de escola-família mais próxima, sabe? Que de fato conhecesse as características da criança, o ambiente familiar que ela está inserida. Para mim, esses eram critérios importantes e das quais não abri mão. Agora, ele está maior e, de novo, me vi nessa busca. A questão do olhar mais aberto para o mundo e da valorização da autonomia continuam importantes, mas agora já enxergo a necessidade de ser uma escola maior, tanto na estrutura física quanto na diversidade que ele vai encontrar lá. E, acima de tudo, avaliar que meu filho está feliz na escola dele”.

Já para a médica Cláudia Menezes, mãe, hoje, de dois adultos, de 20 e 25 anos, o que na época dessa escolha pesou foi avaliar se a escola era reconhecida como de excelência no ranking do Enem. “É sempre uma decisão difícil e a gente que não é da área da Educação fica sem saber o que é importante. Quando meus filhos eram pequenos, só pensava em poder dar a eles uma boa educação. Queria que pudesse ser uma escola onde eles ficassem toda a vida escolar e lá construíssem a sua história, as suas relações e memórias. Por esse olhar a longo prazo, na época, avaliei que uma escola bem ranqueada no Enem era fundamental. Além disso, queria uma escola bilingue. Escolhi uma que oferecia o Alemão, além do Inglês. Eles saíram muito bem formados, foram bem no vestibular, mas olho para trás e me pergunto se fiz a melhor escolha. E hoje, acho que não. Os dois me dizem que não gostavam muito, que queriam ter saído e tal. Enfim, é sempre algo muito, muito difícil”.

Em relação à fala de Lia e de Cláudia, o professor Rafael faz uma outra importante colocação. Ele avalia como muito importante ouvir, dialogar com os filhos e, juntos, escolherem essa melhor escola. “O grande alvo da educação são os estudantes. Sem eles, nada vai fazer sentido. Então, é necessário que eles estejam engajados nessa possibilidade de escolha (dependendo da idade) e/ou de manutenção da criança e do adolescente nessa escola, nessa instituição. Mesmo a criança pequena, ela pode não falar, mas ela vai demonstrar de várias formas se está feliz, integrada àquele espaço. Os pais, os responsáveis por essa criança precisam estar atentos aos sinais que são emitidos”.

Veja, agora, 8 pontos importantes que vão te ajudar a tomar a melhor decisão:

1 -Segurança dos alunos:

Seja uma escolar de porte pequeno ou bem grande, a segurança dos alunos precisa ser uma constante. Por isso, é importante saber, por exemplo, quem são os funcionários responsáveis pela segurança dos alunos e como é feita a conferência das pessoas autorizadas a retirar a criança da escola. É importante, também, avaliar as condições físicas da escola, tais como parquinhos, brinquedos, sala de aula, mesas, cadeiras, escada, se tem piscina e como é o acesso a ela, e se a escola tem profissionais preparados para atendimentos de primeiros socorros.

2 -Proposta pedagógica:

É importante ter em mente que a proposta pedagógica da escola que vou escolher para o meu filho tem que ter a ver com os valores sociais e culturais com as quais essa família acredita, valoriza, busca.

3 – Relação da escola com os professores e funcionários:

Como disse a professora Mirian, quase ninguém pergunta ou se quer perguntar, não se sente à vontade para tal, mas esse pode e deve ser um ponto a ser conversado, debatido. É a chance de os responsáveis verem como a escola se posiciona em relação à sua equipe, como a valoriza, investe nela ou não. Profissionais valorizados e respeitados são profissionais mais felizes. Isso, claro, se reflete na sala de aula, também. Investir em formação continuada, ter equipe melhor qualificada. Isso tudo é fundamental, também.

4 – Como lida com bullying e cyberbullying?

Saber se a escola tem uma prática de conversa e conscientização sobre o tema é importantíssimo. Afinal, o bullying e cyberbullying são uma realidade, infelizmente,  e pode acontecer com qualquer criança e adolescente, em qualquer contexto social, principalmente nas escolas, independente da faixa etária e do contexto social. E saber como a escola lida, enfrenta, combate esse problema é importante.

5 – Referências sobre essa escola:

Mesmo que você já tenha se encantado com uma escola, seja pela estrutura física ou pela conversa que teve com a equipe/direção, é bom que os pais/responsáveis ouçam a opinião de pessoas que já tiveram ou têm filhos na escola. O que te trazem de retorno sobre ela? E o que você ouviu, gostou ou algo te incomodou? Pondere isso antes de escolher.

6 – Atividades extracurriculares:

A escola oferece atividades extracurriculares? Quais? Você gosta, acha que elas têm a ver com o que seu filho gosta/quer/precisa para complementar seu desenvolvimento? Como funcionam, em que hora? Enfim, pergunte tudo.

7 - Relação escola-família:

Uma relação transparente, aberta. Saber se essa escola tem escuta, se tem abertura para diálogo com as famílias é fundamental para a boa relação entre as partes.

8 – Preço e qualidade:

É preciso ter em mente que o alto custo de uma escola particular não significa, necessariamente, boa qualidade educacional. Da mesma forma, não se deixe levar apenas pela aparência da escola, sua estrutura física e sua tecnologia de ponta. Como já foi dito, conhecer as relações humanas, o investimento ou não na equipe e a proposta pedagógica condizente ou não com o que essa família acredita e quer para seu filho são pontos importantes. E não é o preço (alto ou baixo) que vai determinar isso.

Avalie também se o preço pago cabe no seu bolso. Se for uma mensalidade que comprometa muito o seu rendimento familiar, está errada essa escolha. Primeiro, porque você vai se endividar; segundo, porque você logo, logo vai ter que mudar de escola.

Por Dani Maia

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