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Casos recentes mostram como a falta de preparo pode ter consequências graves; treinamentos, seguros e ações de acessibilidade garantem proteção e confiança às famílias.
A rotina alegre de um dia de aula em uma escola particular em Teresina, no Piauí, foi interrompida em agosto deste ano por um trágico acidente. Alguns alunos comemoravam o aniversário da pequena Alice e de seu irmão gêmeo, na brinquedoteca do colégio, quando o inesperado aconteceu. A queda de uma penteadeira tirou a vida da aniversariante, de apenas 4 anos, e devastou a vida da família. O caso chocou o país e acendeu um alerta: o quanto as instituições de ensino estão realmente preparadas para lidar com situações de risco?
Quem já passou por algum sufoco com um aluno sabe que investir em prevenção, acessibilidade e treinamento é um compromisso que se deve ter com as famílias que entregam às escolas seus bens mais preciosos: os filhos. Em todo o Brasil, cresce a consciência de que segurança não é custo, é proteção, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido. Especialistas e gestores ouvidos pela Villas Boas Seguros destacam que investir em prevenção é proteger vidas, fortalecer a imagem da escola e transmitir confiança às famílias.
A tragédia que vitimou Alice não foi um caso isolado. Acidentes em escolas, muitas vezes evitáveis, revelam lacunas graves em protocolos de segurança e mostram que agir depois não basta: é preciso prevenir antes.
A Lei Lucas (nº 13.722/2018), criada após a morte do menino Lucas Begalli, de 10 anos, em um passeio escolar, tornou obrigatória a capacitação em primeiros socorros para professores e funcionários de escolas públicas e privadas. A norma nasceu para que educadores saibam agir em situações de emergência, como engasgos, quedas, desmaios ou paradas cardiorrespiratórias, até a chegada do socorro especializado. Escolas que investem em treinamentos, planos de evacuação e simulações conseguem atuar com rapidez em momentos de risco, evitando tragédias.
Quando o preparo faz a diferença
No dia a dia escolar, imprevistos podem acontecer a qualquer momento e a diferença entre um susto e uma tragédia pode estar no preparo da equipe. Foi com essa consciência que a Legacy School, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro, decidiu investir em prevenção e segurança. Ágatha Oliveira, diretora pedagógica da unidade, conta que o treinamento de primeiros socorros e combate a incêndios oferecido pela Villas Boas Seguros mudou a rotina da equipe e o olhar de toda a comunidade escolar.
“Acreditamos que quanto mais preparado e qualificado for o profissional para lidar com situações de emergência na escola, menores são os riscos de acidentes. O treinamento nos permite agir de forma correta, segura e eficiente”, explica.
A experiência com a equipe da Villas Boas Seguros foi, segundo ela, extremamente positiva. “Foi excelente! O profissional demonstrou grande conhecimento técnico, estava bem atualizado e utilizou uma linguagem muito alinhada à rotina escolar, o que tornou o treinamento dinâmico e produtivo.”
Os resultados práticos não demoraram a aparecer. “Revisamos alguns protocolos internos, ajustamos rotinas e enviamos comunicados à equipe com as observações pontuadas durante o treinamento. Hoje, sentimos todos mais seguros e conscientes nas ações do dia a dia.”
Em uma situação recente, o preparo da equipe fez diferença real. “Tivemos um episódio em que uma aluna quebrou parte do dente e a equipe agiu imediatamente conforme as orientações recebidas no treinamento. O atendimento foi eficaz, houve acolhimento à família e todo o suporte necessário até a resolução da situação, onde o dentista conseguiu restituir o dente com sucesso”, contou a diretora.
Com base nessa experiência, Ágatha deixa um conselho direto a outras instituições: “se você entende a responsabilidade de ter crianças sob seus cuidados, não pode deixar de se preparar da maneira correta. Investir em capacitação é proteger vidas e garantir um ambiente escolar mais seguro para todos.”
O papel do seguro escolar na imagem das instituições
Quando um acidente acontece dentro da escola, o impacto vai muito além das questões emocionais. Há consequências jurídicas, financeiras e, muitas vezes, danos à reputação da instituição. É nesse contexto que o seguro escolar se torna um aliado essencial, não apenas como forma de indenização, mas como instrumento de proteção e responsabilidade.
De acordo com Edi Silveira, coordenadora de Treinamento e Desenvolvimento da Centauro Seguradora, parceira da Villas Boas Seguros, o objetivo é garantir tranquilidade às famílias e respaldo à gestão das escolas.
“Nosso seguro escolar é uma apólice coletiva contratada por instituições de ensino que protege alunos (e, opcionalmente, professores e funcionários) contra acidentes pessoais, com cobertura 24 horas dentro e fora da escola”, explica.
Entre as principais coberturas estão despesas médico-hospitalares e odontológicas; e indenização em caso de morte acidental ou invalidez permanente. O atendimento pode ser feito por reembolso ou por meio de rede credenciada, com ferramentas digitais que facilitam a gestão das apólices.
“O Seguro Escolar vai muito além de indenizações. Ele representa tranquilidade para as famílias que sabem que, enquanto seus filhos estão na escola, contam com a segurança de uma proteção pensada para cuidar deles diante de qualquer imprevisto. Mais do que um benefício, é uma demonstração real de zelo e cuidado”, afirma.
Segundo Edi, há um crescimento na procura por seguros escolares em todo o país, um reflexo da mudança de mentalidade no setor da educação. Entre os fatores apontados, ela destaca o aumento de ocorrências de acidentes, de violência ou de riscos nas escolas; pais mais exigentes em relação à segurança e valor agregado das instituições de ensino ao matricular seus filhos; e o crescimento da conscientização das escolas quanto à responsabilidade associada à operação escolar.
“Vale destacar, no entanto, que apesar desse aumento, ainda se considera que o produto não é massivo, há escolas que ainda não contratam essa modalidade ou não percebem como prioridade”, observa a profissional.
Para Edi, o seguro escolar reflete um novo olhar sobre o papel das escolas. “Quando uma instituição decide proteger seus alunos e colaboradores, ela demonstra compromisso com o bem-estar e mostra que valoriza não só o ensino, mas também a proteção da comunidade escolar”, enfatiza.
Muito além de contratos e apólices
A mudança de mentalidade nas escolas tem sido uma das transformações mais significativas observadas por Alessandra Villas Boas e Paulo Barros Júnior, diretores da Villas Boas Seguros. Eles explicam que o tema da segurança escolar vai além da exigência de apólices: trata-se de uma responsabilidade legal e moral com a vida dos alunos e de todos que convivem no ambiente escolar.
“Durante muito tempo, segurança era vista como um gasto. Hoje, as escolas começam a perceber que é uma questão de gestão e de proteção jurídica. No entanto, percebo que algumas instituições ainda não priorizam esse investimento na agenda.”, afirma Alessandra.
“Se ocorre um acidente e a escola não tem seguro, ela pode ser responsabilizada civilmente. Isso pode gerar processos, indenizações e até mesmo comprometer o financeiro da instituição”, completa Junior.
Segundo Alessandra, o seguro escolar cobre situações de acidentes pessoais, mas muitas instituições também contratam seguro de responsabilidade civil, que ampara a escola em caso de danos involuntários a terceiros, e o patrimonial, voltado à proteção das instalações.
Além da proteção financeira e jurídica, os diretores destacam a importância do preparo prático. “Não basta ter um seguro, é preciso que a equipe saiba agir. Por isso, oferecemos treinamentos de primeiros socorros, combate a incêndio, evacuação de emergência... São ações que fazem diferença na hora que o imprevisto acontece.”
Esses treinamentos são realizados dentro das escolas (primeiros socorros, combate a incêndio e evacuação) e também no formato on-line (curso de acessibilidade e primeiros socorros), o que tem permitido à Villas Boas ampliar sua atuação para todas as regiões do país. “Nem sempre as escolas conseguem reunir toda a equipe presencialmente. O formato virtual facilita o acesso e mantém a qualidade da formação”, ressalta Júnior.
O empresário complementa que os cursos são pensados para o dia a dia escolar. “A gente ensina o que fazer em situações reais: uma queda, um engasgo, um princípio de incêndio. E tudo é feito de forma participativa para que professores e funcionários sintam segurança em agir”, completa.
Alessandra acrescenta que quando a escola contrata uma empresa séria, tem a garantia de que as atualizações exigidas por lei estarão sempre em dia: “também fazemos ajustes e incluímos novos tópicos nos cursos quando percebemos essa necessidade. Por exemplo, esse ano, nós incluímos treinamento para saber como lidar quando uma criança tem crise de ansiedade durante uma situação de risco ou acidente. No caso da Lei Lucas, houve uma atualização na manobra de engasgo. Tudo isso tem de ser passado às escolas”.
Para Júnior, a proteção pensada de maneira global cria uma rede de cuidado dentro do colégio. O diretor reforça que o papel da Villas Boas é acompanhar cada escola nesse processo. “Nosso trabalho é orientar, esclarecer dúvidas e garantir que as instituições estejam protegidas de todos os lados: financeiramente, juridicamente e emocionalmente. Segurança é isso: cuidar antes que algo aconteça”, salienta.
Acessibilidade e inclusão: segurança para todos
Falar sobre segurança escolar é também falar de acessibilidade e inclusão. Garantir que todos — alunos, professores e funcionários — possam circular e participar das atividades de forma segura é uma condição essencial para prevenir acidentes e promover bem-estar.
A consultora em acessibilidade Cristiane Valessa, que inicia na Villas Boas Seguros um curso voltado à orientação de escolas sobre o tema, explica que pensar em acessibilidade é pensar em prevenção em sentido amplo.
“Quando a gente fala de acessibilidade, tende a lembrar dos mediadores em sala de aula e dos alunos inclusos, mas na verdade acessibilidade não é um bem só da criança inclusa, da criança com deficiência ou neurodivergente. A acessibilidade é um bem da comunidade geral, ou seja, um bem de toda a sociedade escolar”, diz.
Segundo a especialista, um exemplo prático é a acessibilidade arquitetônica, que exige adaptação dos espaços para que haja mais segurança. “Se a escola tem uma criança com autismo, é preciso saber como orientá-la numa situação de perigo. Como eu faço uma evacuação, como eu realizo um procedimento de segurança sem que essa criança entre em uma crise? Então, segurança e acessibilidade não são duas coisas distantes, muito pelo contrário: para que se haja segurança 100%, eu preciso de acessibilidade”.
“Muitas vezes, a falta de acessibilidade é o que gera situações de risco. Um degrau sem rampa, uma escada sem corrimão, um sinal sonoro sem alternativa visual, a ausência de portas largas que permitam a passagem de uma cadeira de rodas — tudo isso pode colocar alguém em perigo”, alerta.
Ela destaca que a acessibilidade vai muito além da adaptação arquitetônica, que prevê banheiros acessíveis, rampas, elevadores e pisos podotáteis nos ambientes. “São nove tipos que precisam ser considerados. Para mim, a mais importante é a acessibilidade atitudinal que, como o próprio nome já fala, está ligada à atitude. Se uma instituição coloca uma rampa muito íngreme, um cadeirante não vai conseguir subir, nem descer de forma independente”, adverte.
Outro tipo de acessibilidade é a programática: “eu brinco que é aquela que a gente não faz, a gente só obedece. Então, a gente está falando, por exemplo, da lei de cotas na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), a lei da Libras e por aí vai. A gente tem, ainda, a acessibilidade digital, a metodológica, a comunicativa...”.
“Cada uma delas tem impacto direto na segurança. Se há um treinamento de evacuação, por exemplo, é preciso garantir que alunos surdos recebam o aviso por meio visual, que pode ser uma lâmpada piscando para que eles consigam entender que é uma situação de perigo. No caso de uma criança com deficiência visual, pode ser escolhido um professor, um profissional, ou até mesmo um colega para ser o guia. Para alunos autistas, é essencial que não sejam expostos a sons intensos. Só assim todos estarão realmente protegidos”, explica.
Segundo Cristiane, acessibilidade é parte do planejamento de segurança e precisa estar presente em todos os protocolos de prevenção, desde os treinamentos de primeiros socorros até os planos de emergência. “Quando eu tenho essa visão, consigo prevenir, evitar possíveis agravos, diminuir os sustos e enfrentar os imprevistos que podem acontecer no meio do caminho. Quando todos são incluídos, todos estão mais protegidos”, resume.
Por Tais Faccioli
Prevenção e cuidado: por que investir em segurança e acessibilidade é essencial nas escolas
