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Os americanos adotaram o termo “helicopter parents”, pais helicópteros. São conhecidos por observarem, distantemente, cada tentativa de independência dos filhos. Controlam o que vivem e como vivem. São aqueles pais que tentam ao máximo, afastar a sua criação de problemas tanto emocionais quanto sociais.
Crianças superprotegidas encontram refúgio em atividades que não requerem contato com outras pessoas. Distantes do convívio social, não sofrem as simples consequências que a vida tem a oferecer. Quando saem e tentam ver a vida fora das paredes do seu quarto, onde ficam na sua maior parte, no vídeo-game, computador ou de frente para a televisão, encontram ambientes sem risco e que não causam nenhum desafio. Isso porque os pais fazem questão de controlar o local para ser o mais estéril possível de problemas externos. Selecionando, de forma cirúrgica, quem vai estar presente. Não deixam a criança descobrir a diversidade de pessoas e culturas que o mundo oferece.
O problema gerado por esse amparo desgovernado e sem necessidade, já que problemas nos fazem crescer e nos preparam para reais dificuldades que podemos encontrar ao longo do caminho, é uma linha de sociedade que trilha o ser mimado, que fica frustrado quando algo que não está nos planos iniciais ocorre.
Mas, e os adultos que são resultados de pais helicópteros? Na sua maioria são frágeis e inseguros. Contam a vida inteira com o suporte e esperam que os seus pais tomem a liderança da sua vida. Quando são obrigados a seguirem sem eles, se perdem.
Uma parte da sociedade inteira que é guiada pela linha de raciocínio que se algo não for de acordo com o que eles querem ou planejaram, não pode acontecer
Como nada se ganha de mão beijada e as conquistas são frutos de batalhas, é comum ver essas crianças nunca completando projetos, deixando de lado quando há uma dificuldade encontrada em tarefas. Não importa se é fácil ou não realizar, o importante é ter alguém que faça por elas.
A criação dada a essas crianças é geradora de grandes expectativas de sucesso, elas são portadoras do pensamento que são merecedoras de tratamento especial pela sociedade. Quando a realidade bate na porta e a vida se mostra exigente, o desapontamento vem a tona.
A instituição educadora é, de certa forma, responsável pela contribuição do caráter e manias dos seus alunos. A contribuição dos pais com a escola, deixando a criança ter responsabilidades cabíveis dentro do âmbito escolar como: dever de casa, arrumação de material e etc é uma maneira de prepará-los para a vida adulta. O correto não é deixar a criança por conta própria mas sim auxiliar de forma discreta, sem ser invasivo. Deixar ela ter a liberdade de errar e acertar por méritos próprios.
Crianças viram adultos e, às vezes, pais. O que esperar de pais resultados de criação-helicóptero? São pessoas que não sabem dizer não. Como não estão acostumados com a responsabilidade, cuidar de outra vida se torna uma missão mais difícil que já é. Os limites, que são desconhecidos por essas crianças, podem claramente serem vistos no seu desempenho escolar ou no comportamento em espaços compartilhados com outras pessoas.
Nos dias de hoje, é preciso que os pais ajudem os jovens a se tornarem adultos úteis. Com isso, queremos dizer que é necessário que tire as crianças de bolhas, que elas resolvam seus próprios dilemas. Instigar a criatividade na solução de problemas e na criação de situações confortáveis para gerar autoconfiança.
Criação-helicóptero, adultos frustrados